quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Plástico Verde

A Braskem inaugurou a maior unidade industrial de eteno derivado de etanol do mundo, em Triunfo (RS), em solenidade que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A fábrica vai produzir 200 mil toneladas de polietileno verde por ano usando tecnologia desenvolvida pela própria empresa. A diferença está na matéria-prima. Em vez do petróleo usado no processo tradicional, é a cana-de-açúcar que vai gerar o etanol que será transformado em eteno, polietileno, plástico e por fim sacolas de supermercados, frascos de produtos de higiene e beleza, embalagens de alimentos e até tanques de combustível.
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A grande vantagem ambiental é que cada tonelada produzida do chamado "plástico verde" sequestra até 2,5 toneladas de dióxido de carbono do ar a partir da absorção feita pela cana-de-açúcar. A Braskem investiu R$ 500 milhões no projeto, com recursos próprios e empréstimos e percebe que o produto terá mercado crescente. O presidente da petroquímica, Bernardo Gradin, diz que a demanda percebida já supera três vezes a capacidade da planta, mas acredita que não há teto. "Eu não colocaria limites", destacou.

Diante do quadro, a Braskem avalia a possibilidade de implantar uma nova unidade de eteno verde e já recebeu consultas de quatro países interessados em projetos semelhantes. Gradin, no entanto, não revelou detalhes dos possíveis futuros empreendimentos. Entre os clientes do plástico verde citados pela fabricante estão empresas como a Tetra Pak, Shiseido, Natura, Acinplas, Johnson & Johnson, Procter&Gamble.
Segundo Gradin, a planta de plástico verde de Triunfo também é um convite para empreendedores interessados em investir na cadeia. Por enquanto, a unidade será abastecida por 462 milhões de litros de etanol por ano adquirido em São Paulo, Minas Gerais e Paraná e transportado por navios, trens e caminhões ao Rio Grande do Sul. Para o futuro, o Estado está identificando zonas propícias ao plantio de cana-de-açúcar enquanto pesquisadores desenvolvem variedades adaptadas ao solo e clima locais.

Vazamento de ALUMÍNIO na Hungria

A Hungria declarou estado de emergência nesta terça-feira após um vazamento de lama tóxica que atingiu várias cidades, deixando quatro mortos e 120 afetados, no que as autoridades do país já consideram o pior acidente químico do país.
Oito pessoas se encontram em estado grave e outras seis pessoas estão desaparecidas, desde que os muros de um reservatório de resíduos de uma fábrica de alumínio cederam na tarde de segunda-feira.
As autoridades temem que o número de mortos possa aumentar.
Três cidades foram invadidas por 1,1 milhão de metros cúbicos de lama vermelha tóxica do reservatório de Ajka, 165 km a oeste de Budapeste.
"É uma catástrofe ecológica", disse o secretário de Estado para o Meio ambiente, Zoltan Illes, que visitou a área esta terça, e descreveu o que viu de o pior acidente químico da história da Hungria.
O ministério do Interior declarou estado de emergência nos condados de Veszprem, Gyor-Moson-Sopron e Vas.
Entre os mortos estão duas crianças, de um e três anos de idade, disse Karoly Tily, prefeito de Kolontar, uma das cidades atingidas.
Um homem de 25 anos morreu quando seu carro foi revirado pela enxurrada e um idoso faleceu em casa, relatou o chefe das equipes de socorro, Gyorgy Bakondi.
Entre os afetados estão oito policiais, oito bombeiros e um soldado. Sessenta e duas pessoas estão hospitalizadas e os danos à saúde apresentados pelas vítimas incluem queimaduras.
Até 40 quilômetros quadrados foram atingidos pelo vazamento e há o temor de que parte dos sedimentos tenham atingido o rio Marcal, com risco potencial de contaminação dos afluentes Raba e Danúbio.
A lama tóxica poderia chegar ao Danúbio em quatro ou cinco dias, disse o subchefe da companhia de gestção de águas para o oeste da Hungria, Sandor Toth.
"Do ponto de vista da gestão hídrica, é uma catástrofe", disse Toth.
Cientistas afirmam que a lama poderia destruir o solo e as plantas pelo simples contato, e preveem mortandade de peixes se ela chegar aos rios.
Segundo Illes, para evitar a contaminação, helicópteros do exército lançaram agentes neutralizantes nas águas do Marcal.
A lama vermelha é um resíduo tóxico da produção de alumínio e contém substâncias danosas, tais como chumbo e elementos altamente corrosivos.
A produção de uma tonelada de alumínio gera quase três de lama vermelha.
Proprietária do reservatório, a Companhia Húngara de Produção e Comércio de Alumínio (MAL) informou ter iniciado os trabalhos de reparos nos tanques danificados para evitar futuros vazamentos.
A companhia anunciou, em um comunicado, que mesmo depois do vazamento, até 98% da lama vermelha ainda permaneciam contidos no reservatório.
Segundo a secretaria de Estado de Meio Ambiente, a empresa aparentemente manteve sua produção mesmo depois do vazamento, embora recebido ordens para suspender a produção imediatamente. O órgão ambiental anunciou, ainda, as suspeitas de que mais lama vermelha estaria sendo armazenada no reservatório do que o permitido ou que os contêineres não teriam sido preparados adequadamente.
Mas a companhia informou que uma inspeção no local foi feita no dia do acidente e que os testes realizados não revelaram indícios de uma catástrofe, insistindo em que, segundo as diretrizes da União Europeia, a lama vermelha não é considerada resíduo perigoso e que seus componentes não são solúveis em água.
"Segundo exames diários e anuais, tudo estava indo bem, portanto gostaríamos de aguardar até o fim da investigação oficial" para ver o que saiu errado, disse o etor da MAL, Zoltan Bakonyi, em entrevista coletiva.
O ministro do Interior, Sandor Pinter, que também visitou Kolontar, afirmou não haver risco imediato de futuros vazamentos.